Vick
Eu passei muito tempo sem escrever aqui... Mas foi o tempo que precisei para me reconfortar...

Nesse tempo eu passei muitas noites sem encontrar a posição ideal na cama, questionando pessoas, atitudes, pensamentos, frases, arrependimentos... Foi como se estivesse liberando espaço no meu disco rígido. E valeu a pena. Muita coisa foi jogada fora... Coisas que eu já sabia que me faziam ou viriam a me fazer mal algum dia. Incrivelmente. Eu ignorava esses impulsos e seguia de cabeça nas minhas viagens. E isso foi bom para me tornar uma pessoa melhor, maior. Mais ríspida, talvez, mas fez parte do processo.

Pensando bem, eu nunca tive e ainda não tenho do que reclamar, do que me arrepender. É uma carga muito estranha e pesada para assumir aos dezoito anos. Eu vivo e não sinto falta de nada. As minhas crises de riso, de choro, de raiva, de histeria... São todas válvulas de escape minuciosamente arquitetadas por mim, para ter do que reclamar e me arrepender. Agora parece que aprendi a conviver com esses fantasmas e surpotar minhas falhas como qualquer ser humano.

Eu perco, ganho, engano, sou enganada, aposto alto, saio de fininho quando não sei o que fazer... E se for encarar assim, sou mais ou menos como um torneio de pôquer. Só que agora comemoro as mãos altas em vez de chorar pela falta da carta que mudaria toda a minha partida. Estranho e altamente engraçado, mas é assim que acho justo. O que posso fazer? Não ligo mais para os “enormes problemas” do passado... E faço isso porque cansei dele. Não quero mesmo.

Agora estou com síndrome de Mulher Maravilha. Nenhum labirinto parece me deter. Estou objetivada a crescer, amadurecer e trazer para o meu lado aqueles que fazem por merecer o meu esforço. O resto? Já disse... É só o resto.

AGORA

All Good Things - Nelly Furtado