Vick
Nos meus posts procuro dizer o que me afligiu ou me alegrou num certo dia, procuro explanar o que penso da melhor maneira possível. Talvez nem sempre a mais entendível, mas sempre os escrevo com as melhores das intenções.
Entretanto, hoje eu me perguntei de que me adianta escrever sobre o que sinto e/ou penso se a maioria dos que lêem, julgo, não fazem uma idéia mais próxima de quem sou de verdade?
Por solução, resolvi que iria escrever sobre mim… E começaram os meus problemas com esse post.
Não sei falar sobre mim, definitivamente, não sou boa nisso. Sempre peço que me perguntem o que querem saber, acho que assim as coisas fluem melhor, mas esse, agora, não é o caso.

Comecemos então.

Gosto de ir ao cinema, mas também de ver filmes debaixo de cobertas em dias frios. Gosto de ouvir músicas que me despertem alguma emoção (e dos filmes que também o fazem). Gosto me dar o prazer de um livro. E também gosto do prazer de uma boa companhia. Gosto de olhar para o mar procurando não pensar em nada e pensar em tudo. Gosto de conversar com aqueles com quem me importo. Gosto de ouvi-los, de ajudá-los a resolver problemas.
Nunca gostei de andar de bicicleta e nunca me incomodei com isso.

Eu queria abraçar o mundo e fazê-lo mudar. Vi que era impossível, porém vi também que a maior mudança começa em mim. Vi que ao mudar, tudo ao meu redor emparelha-se, muda e então tudo fica igual novamente. Até que eu mude.
E isso leva tempo.
Não me vejo acordando bicho, monstro (com a lembrança de Kakfa), mas me vejo observando o que age e interfere na minha vida. Me vejo na condição de mutante que não metamorfoseou.

Já fui modelo, já deixei de ser e já voltei.
Já quis matar uns e já quis me matar… Não tive coragem em ambas as situações.
Já me apaixonei por quem não merecia, por quem não devia e por quem eu não queria.
Já quis perder o controle e me deixar levar, já quis agarrar uma pessoa, já quis ser agarrada…
Já me decepcionei muito com uns e decepcionei muitos outros…
Já me iludi com palavras e com possibilidades. Já chorei e já dei algumas risadas por isso.
Já me deixei enganar e iludir, mas também já iludi e enganei alguns outros.

Usei de artifícios banais para conseguir coisas mais banais ainda.
Perdi tempo pensando demais, sonhando demais, desejando demais e não fazendo com que nada disso se tornasse real (ou o mais próximo possível do outrora idealizado).
Acomodada? Talvez… Medrosa? Algumas vezes…
Eu sempre quis demais, sonhei demais, planejei e me apeguei demais a possibilidades remotas. Existentes, mas ainda assim remotas.

Talvez eu goste de sofrer, talvez eu nunca tenha sofrido de verdade e esteja apenas divagando sobre teorias sentimentalistas. E falar de sentimentos é algo tão pessoal que agora me sinto, em partes, constrangida por tê-los exposto de maneira tão brutal e sem maior piedade.

Respostas só surgem quando há algo a ser questionado.
Eu, como todo ser humano, necessito de respostas, mas também de questionamentos sobre quem ou o que sou. É abdicar da vida não questioná-la, não questionar-se. É não poder mais acreditar que as possibilidades podem ser mais que possibilidades e, além disso tudo, é esquecer que o erro é condição do homem.
E, talvez, por conseqüência a dúvida também o seja.

Com certeza essas linhas não são eu. Não representam tudo o que sou, quero e/ou acredito ser.
Acabei por me contradizer. Não escrevi sobre mim. Escrevi o que penso ser e ter sido, desejar e ter desejado, fazer e ter feito.

AGORA

Maxi Chocolate

Cansada

Nas coisas que tenho que entregar amanhã

Nada

Wish You Were Here - Pink Floyd

Vick
Provavelmente hoje foi um dia comum, com ações comuns, pessoas comuns, minutos comuns... Certo?
A menos que aconteça algo realmente grande, tudo sempre é comum. De acordo com a nossa rotineira maneira de pensar, tudo isso está certo.
Paradoxalmente, talvez, resolvi falar sobre os momentos... Como podem ser os mesmos comuns se são tão únicos e especiais?
E se não há momento comum, como haverá minuto, ação ou dia comum? Afinal tudo depende dos momentos e esses são, geralmente, inesperados, inigualáveis e inesquecíveis.

Dia desses, voltando para casa, parei, novamente, para observar o mar... Ele parecia igual às milhares de outras vezes nas quais o observei, mas dessa vez percebi que a simples ação de olhar para ele me causou algo diferente. E isso me fez questionar o comum. Como falar em algo comum quando a cada nova chance que nos damos temos um novo momento, uma nova sensação?! Acredito que os momentos estão diretamente relacionados às sensações, afinal o valor de cada um deles depende da sensação que o mesmo nos causará. Por isso o momento é único, porque a sensação sempre é única.
Um toque, por mais que tenha sido feito da mesma maneira, pela mesma pessoa, nunca será igual ao próximo. Um beijo, um abraço, um carinho ou mesmo um prato de comida... A letra muda ao mudarmos de linha, a face muda ao transpormos o momento, a reação muda ao mudarmos de sensação... Por isso peço, de maneira encarecida, que não menosprezemos mais os momentos... Mesmo aqueles que não nos causam frio no estômago ou raiva visceral...

Rídculo é aquele que nunca viveu um momento embaraçoso, nunca ouviu (e/ou fez) uma declaração de amor e perdeu as palavras. Ridículo é aquele que não valorizou o sorriso da satisfação, o olhar do medo, a face da vergonha. Ridículo é aquele que esquece que a vida é feita de momentos. Momentos como o 1º olhar, o 1º beijo, a 1ª noite de amor, o 1º filho, a 1ª morte, a 1ª separação... Momentos.
Alguns passam e nos marcam apenas um pouco, mas o suficiente para notarmos, outros muito, o suficiente para não esquecermos, e algumas vezes a marca é tão suscinta que nem a percebemos, mas ainda assim ela existe e é digna de percepção.
Talvez o problema seja a nossa mania de achar que tudo que não marca profundamente é joio e pode ser jogado fora... E triste somos ao acreditarmos nisso.

O processo de valoração sempre foi e sempre será muito cruel... Envolve vontades, prioridades, influências e alguma consciência. É esse processo natural e pouco cortês que acaba com os momentos e com toda a sua magnitude, classificando-os, apenas, em bons ou ruins, quase colocando-os ao nível do vácuo. Vazios. Vazios?
Algo que define a nossa vida e destino no mínimo não pode ser vazio. Representa muito mais que o vazio, representa tudo. Lhe dou como exemplo o agora. Para mim o agora está ligado a esse texto, para uma outra pessoa (não necessariamente você, leitor) está ligado ao filme que assiste... São bilhões de momentos aparentemente comuns que modificam muito mais do que cada indivíduo parte desse bilhão pode imaginar. Então não imaginemos mais, "apenas" façamo-nos parte dele. Sem interferir muito ou interferindo ao máximo. Sempre interferindo, nos fazendo notar e, principalmente, notando o cada aspecto e possibilidade do mesmo.
Talvez seja mais importante notar o momento que dar o devido valor ao mesmo. Ao notá-lo, consequentemente, você cede algum valor extra.
Fazer dessa simples ação um hábito torna a vida mais espetacular do que ela é ou pode ser.

AGORA

Nada

Frio

Na importância de algumas coisas

Nada

Everytime We Touch - Cascada

Vick
Alguém, por favor, me explica o porquê de sermos assim?

Estamos sempre escondidos atrás das nossas enormes muralhas de mentiras... Não somos quem, ou o que, de fato queremos ser.
Somos, no máximo, o que o nosso talento nos permite ser...
Somos artistas... E de habilidades múltiplas!(!!) Cantamos quando precisamos impressionar (e em alguns casos nem há talento, mas o empenho acaba sobrepondo-se sobre o mesmo), dançamos quando precisamos nos mostrar empolgados e empolgnates, atuamos cotidianamente...
Enfrentamos o tempo e a vida como se fizéssemos parte de um filme... Passamos (ou perdemos?) tanto tempo montando a nossa personagem e dando vida à mesma que esquecemos de nós, confundimos o real e o imaginário...
Em algum lugar há espaço para os seres humanos de verdade, com reações de verdade, com sentimentos de verdade...

E se acordássemos, um dia, sem a memória da nossa personagem? Atiraríamo-nos, por acaso, no precipício dos nossos lençõis? E por quanto tempo permaneceríamos caindo?
Sem lugar para ir, sem ombro pra chorar, sem conselhos pra ouvir... O que faríamos? Eu esboçaria, ou ao menos tentaria esboçar, alguma luta... E você? Está preparado para deixar a sua máscaraem casa e apenas sair?
Apenas sair, apenas ouvir, apenas falar, apenas cantar, dançar, até mesmo atuar... Apenas palavras? Apenas...
Perseguimos mentiras mirabolantes e não procuramos intervir na verdade, no real... Não que a mentira não o seja; é taõ real quanto a verdade, a diferença é que a mentira é falível, enquanto a verdade é contestável.
Então nossas personagens são falhas e falíveis, enquanto a nossa personalidade é apenas contestável. E ainda assim ficamos com elas... Como pode?

Enquanto nos perdemos, perdemos a nossa individualidade e a nossa privacidade, alguém parece perceber algo comum, um déjà vu, talvez... Não deve ser muito difícil se reconhecer num mundo de iguais...
Eu já questionei os padrões, que, coitados, nada têm a ver com nossas inúmeras personalidades... Os questionei num momento confuso, mas com alguma boa intenção...
Agora vejo que eles, sozinhos, em nada interferem... Apenas fazem parte da nossa querida e amada rotina (e faz parte da nossa rotina querer sair dela)...

Somos e deixamos ser violados, interrompidos, igualados...
Sorrir mais, deixar o olho brilhar...
O mundo deixaria de ser mundo se largássemos nossas armaduras por instantes e mostrássemos que também podemos ser vulneráveis?
Eu até acho que a nossa vulnerabilidade diminuiria, afinal... Quem gostaria de enfrentar alguém que se mostrou forte o suficiente para largar suas ideologias de lado e viver um pouco mais do presente, pensando esporadicamente no significado do futuro?

E se nada disso for possível...

Brindemos à ignorância e à cegueira opcional;
Brindemos ao desinteresse e à falta de esperanças;
Brindemos à hipocrisia e ao sarcasmo;
Brindemos à falta de amigos e à falta de amores;
Brindemos ao óbvio e, então, à solidão...

AGORA

Passatempo recheado

Sono

Em umas provas...

Casseta e Planeta

Rooster - Alice in Chains

Vick
Eu escrevi esse post algumas vezes... Todos ficaram pobres, ruins... Óbvios...
Talvez eu precise do óbvio para me fazer entender... Mas eu não acredito tanto assim no óbvio...
Não inteiramente...

Óbvio | adj.

óbvio, do Lat.
obviu
que ocorre;
que está diante;
patente;
evidente;
intuitivo;
fácil de compreender.

O grande problema é que o óbvio nem sempre é tão evidente, tão fácil de compreender...
Às vezes aquilo que mais nos parece óbvio, não passa de algo artificial que deu sorte e quase se transformou numa verdade natural...
Mas isso parece óbvio... Acho que estou caindo em contradição...
Então deixa pra lá...

Eu também achava que era evidente que precisava de um pouco de cuidado, atenção, mas isso foi um desagradável equívoco...
Achava que tinha a maioria das soluções na minha enorme manga, mas também estava errada...
Pra mim era tudo muito óbvio, mas, pelo que tenho visto, não passava de uma "suave mentira", afinal nada disso se portou como um fato, apenas como uma vontade banal...
E vai ver é mesmo...

Outra coisa óbvia é a imagem que me conceberam... Mas... Um minuto... A mesma está clara para todos, menos para mim...
Confesso que procuro no espelho por tal mulher e não acho... Vejo apenas um esboço com vida própria e alguma força de vontade, mas sem maiores explosões...
Mas se é tudo tão evidente, por que algumas vontades das minhas vontades mais banais também não são?
Banais sim... E talvez por serem tão banais não se façam perceber... Mas eu as percebo... Deve ser porque eu me dou um pouco mais de atenção que os demais... Talvez por isso saiba que não sou a garota maravilha, nada incrível... Muito mais comum que o imaginável...

Mesmo assim eu estou satisfeita... Mudar é muito difícil e eu estou acovardada... Me darei um tempo...
Sozinha...
Só!?
Ó.

AGORA

Nada

Sono e um leve desânimo

No jornal que não fiz e tenho que entregar sábado

Paraíso Tropical

Garotos - Leoni