Vick
Provavelmente hoje foi um dia comum, com ações comuns, pessoas comuns, minutos comuns... Certo?
A menos que aconteça algo realmente grande, tudo sempre é comum. De acordo com a nossa rotineira maneira de pensar, tudo isso está certo.
Paradoxalmente, talvez, resolvi falar sobre os momentos... Como podem ser os mesmos comuns se são tão únicos e especiais?
E se não há momento comum, como haverá minuto, ação ou dia comum? Afinal tudo depende dos momentos e esses são, geralmente, inesperados, inigualáveis e inesquecíveis.

Dia desses, voltando para casa, parei, novamente, para observar o mar... Ele parecia igual às milhares de outras vezes nas quais o observei, mas dessa vez percebi que a simples ação de olhar para ele me causou algo diferente. E isso me fez questionar o comum. Como falar em algo comum quando a cada nova chance que nos damos temos um novo momento, uma nova sensação?! Acredito que os momentos estão diretamente relacionados às sensações, afinal o valor de cada um deles depende da sensação que o mesmo nos causará. Por isso o momento é único, porque a sensação sempre é única.
Um toque, por mais que tenha sido feito da mesma maneira, pela mesma pessoa, nunca será igual ao próximo. Um beijo, um abraço, um carinho ou mesmo um prato de comida... A letra muda ao mudarmos de linha, a face muda ao transpormos o momento, a reação muda ao mudarmos de sensação... Por isso peço, de maneira encarecida, que não menosprezemos mais os momentos... Mesmo aqueles que não nos causam frio no estômago ou raiva visceral...

Rídculo é aquele que nunca viveu um momento embaraçoso, nunca ouviu (e/ou fez) uma declaração de amor e perdeu as palavras. Ridículo é aquele que não valorizou o sorriso da satisfação, o olhar do medo, a face da vergonha. Ridículo é aquele que esquece que a vida é feita de momentos. Momentos como o 1º olhar, o 1º beijo, a 1ª noite de amor, o 1º filho, a 1ª morte, a 1ª separação... Momentos.
Alguns passam e nos marcam apenas um pouco, mas o suficiente para notarmos, outros muito, o suficiente para não esquecermos, e algumas vezes a marca é tão suscinta que nem a percebemos, mas ainda assim ela existe e é digna de percepção.
Talvez o problema seja a nossa mania de achar que tudo que não marca profundamente é joio e pode ser jogado fora... E triste somos ao acreditarmos nisso.

O processo de valoração sempre foi e sempre será muito cruel... Envolve vontades, prioridades, influências e alguma consciência. É esse processo natural e pouco cortês que acaba com os momentos e com toda a sua magnitude, classificando-os, apenas, em bons ou ruins, quase colocando-os ao nível do vácuo. Vazios. Vazios?
Algo que define a nossa vida e destino no mínimo não pode ser vazio. Representa muito mais que o vazio, representa tudo. Lhe dou como exemplo o agora. Para mim o agora está ligado a esse texto, para uma outra pessoa (não necessariamente você, leitor) está ligado ao filme que assiste... São bilhões de momentos aparentemente comuns que modificam muito mais do que cada indivíduo parte desse bilhão pode imaginar. Então não imaginemos mais, "apenas" façamo-nos parte dele. Sem interferir muito ou interferindo ao máximo. Sempre interferindo, nos fazendo notar e, principalmente, notando o cada aspecto e possibilidade do mesmo.
Talvez seja mais importante notar o momento que dar o devido valor ao mesmo. Ao notá-lo, consequentemente, você cede algum valor extra.
Fazer dessa simples ação um hábito torna a vida mais espetacular do que ela é ou pode ser.

AGORA

Nada

Frio

Na importância de algumas coisas

Nada

Everytime We Touch - Cascada

3 Responses
  1. Unknown Says:

    entendi /o\


  2. Troll Says:

    aaaaaaaaaaahhhh

    assim eu fico encabulado!!!






    "=-)


  3. Anônimo Says:

    Acredito na beleza simples de momentos comuns, que muitas vezes, apesar de comuns, são tão especiais. Enfim, curti seu blog... qndo nos encontrarmos numa xérox da vida, podemos conversar sobre ele. Beijos!