Vick
Sabe... Eu não estou na mesma situação que ela, ou ao menos não consigo admitir estar, se assim for.
Porém, em "solidariedade" a ambas, vou tentar fazer, também, uma "carta que, obviamente, nunca vai ser entregue".

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Sabe..? Eu não sei o que acontece comigo, mas sempre que eu me apaixono por alguém algo sai incrivelmente errado...
Eu sei que pelo desenrolar de todas as raras vezes em que isso aconteceu, deu tudo tão errado que agora eu não acredito mais. Não acredito mais em mim, na paixão, muito menos em relacionamentos. Ou finjo não acreditar...
Ser trocada por uma 'revelação', por uma aposta ou até mesmo ser chifrada com uma ex... Coisas como essas fizeram com que eu acreditasse, e sim, eu acredito, que o problema está em mim.
No mínimo, soa como um paradoxo uma garota tão açucaradamente 'perfeitinha' ser sempre trocada por alguma coisa, deixada como que por uma criança que ganha um novo presente e esquece do brinquedo outrora favorito. Um brinquedo.
Isso dói demais... Não ser suficiente, não ser alguém com quem é sabido que se vale a pena conversar por mais que dois minutos sem que a outra parte durma. Será que eu sou tão vazia assim? Ou será que sou de tão complexa estrutura que o desafiante resolve mudar de labirinto?
(E que ninguém venha dizer que não passa de "dedo podre", porque eu sei que não é. Nunca foi. Nunca será.)

Eu já tive esperança sobrando, já alimentei expectativas que foram desleais comigo... Vários fatores já contribuíram para que eu não acreditasse mais em contos de fadas... Talvez eu ainda quisesse ser Rapunzel, porém ciente de que não há príncipe ao resgate... Às vezes parece que esqueceram de mim lá na torre, sempre sozinha e apenas com visitas esporádicas de uma bruxa asquerosa. Eu queria ser a princesinha dos contos de fadas com finais felizes... Sim, sim... Eu ainda gosto de dizer isso, pois me soa confortável. Uma posição confortável, para falar a verdade. Mas contos de fadas não existem. Ou até existem, mas há que se penar muito para vivê-los. Entretanto, além de fraca, eu sou covarde ao extremo. E já me deixei magoar tanto que agora não sei se consigo mais.

Tem sido assim... Na hora não dói e eu quase não percebo nada. Depois vêm as lágrimas que trazem consigo algo que suga toda a energia do meu corpo... E eu sinto cada pedacinho do mesmo doer. E me calo.
A dor passa. Demora, mas passa. Sempre passa. Então é como se eu estivesse pronta para outra, mesmo sabendo que não estou.
Eu digo que não aguento, mas convivo perfeitamente com a situação... E até esqueço quando vejo que amigas como a Raih não conseguem segurar aquilo que resolvi nunca mais demonstrar.

Então eu digo que não me apaixono mais até que apareça alguém que me prove que estou mentindo. E saia da minha vida exatamente como entrou. Do nada e, talvez, por nada.
O que me dizem, eu já sei.
As experiências que me contam, eu conheço...
Eu preciso de coisas novas, que não me machuquem, que me façam sorrir sem medo. Eu quero poder perder a cabeça sem desconfiar que no segundo subseqüente essa pode ter sido a maior besteira, a maior inconseqüência, da minha vida...
Eu queria poder ser feliz sem ter medo de acordar, mas não sou. Não.
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AGORA

Nada
Friozinho bom
Praia ou cinema (de novo)?
Nada
The Pieces Don't Fit Anymore - James Morrison