Vick
Eu não sei bem o que mudou na minha vida com os 18 anos completos... Não sei bem quem saiu, quem entrou, quem não volta mais...
Aos olhos do mundo, a menina virou mulher... Mas será mesmo que a alma se transformou? Será que eu mudei tanto assim, como o mundo diz? Eu, o outro ou o mundo? Quem, de fato, metamorfoseou?
Não sei... Alguns dias a mais e talvez eu possa responder mais perguntas, fazer outras mais... Já aprendi a duvidar, a aceitar que não existe nada certo, que nenhuma escolha é tão definitiva quanto parece... Os medos já foram identificados, os vilões, os gigantes, os lobos e as árvores... Me falta só o discernimento e a vontade de seguir ora pela fala do corpo, ora pela fala da mente, ora pela fala do coração... Os juízos de escolha já foram, de algum modo, encaminhados. E apenas encaminhados, não imutáveis. Que fique claro.

Por enquanto, tudo parece igual. Mas em algum lugar em mim, paira a consciência de que tanta coisa já mudou... Só me resta, então, fazer alguns agradecimentos...


Agradeço, então...

A você, Anderson...
Há muito tempo conversávamos sobre o futuro e como parecia sempre tudo tender à dor... Parece que não estávamos de todo certos, mas também não erramos por completo. Perdemos e sofremos muito... Doeram, e ainda doem, muitas das nossas frustrações... A vontade de desistir parecia tão inerente que não sei como conseguia lhe dizer para seguir ou ouvir de você tais palavras... Em compensação, os momentos felizes valeram a pena... De algum modo, sempre compartilhei contigo as dores do crescimento e as lições; as dúvidas com certeza... E confesso que muitas vezes tentei pensar como acreditava que você pensaria para resolver os meus problemas...
Sempre penso, e pretendo continuar acreditando nisso, que você é meu espelho masculino... A metade da minha velha alma nova (e você sabe que além da mais nova, tem a mais pura das almas que já vi... concedo-me, então, parte desse brilho, por vezes puro, que tens) que se desprendeu por algum erro de cálculo alheio...
Tenho que lhe agradecer muitos dos meus centímetros galgados e por ser o "amor da minha vida" que nunca será meu... Muitos dos meus gigantes foram derrubados coma tua ajuda, mesmo que inconsciente.
É estranho, mas contigo, de algum modo, sei que posso contar. Obrigada.


A você, Tissy...
Das poucas coisas raras que já considerei passar por minha vida, talvez a mais rara delas seja essa amizade "além da alma" que nutrimos... É sempre um pouco mais forte e sempre um pouco mais completa... O que eu preciso, o que eu sinto, o que eu faço... Sempre acaba por desaguar em sua opinião, que é essencial. Você me poupa das dores me ensinando a bater, me ensina a ler no escuro e me mostra o caminho quando ambas parecem estar às cegas. Somos mais que amigas ou simples colegas... Somos nosso "complemento". O padre que eu não tinha, o divã, o cupido, a irmã, a mãe, a filha, a médica, a paciente, a mãe-de-santo, a cartomante, o telefone, o articulador... Minhas faltas, de algum jeito, você sempre tentou suprir...
Sendo tua madrinha aprendi a acreditar no amor do modo mais puro e sincero...
Te agradeço, minha amiga, por ter me feito lembrar que às vezes precisamos acreditar um pouco mais na vida quando perdemos um pouco mais da nossa fé.



Aos outros não citados aqui, não pensem que não existem agradecimentos a serem feitos... Eles existem e são muitos... Eu só não sei se saberia transcrevê-los.
Provavelmente não sei.
2 Responses
  1. Anônimo Says:

    Né nada


  2. Vick Says:

    Mas hein!?